Estamos, ainda, no tópico sobre o lugar dos mortos no Antigo Testamento, embora tenhamos navegado rapidamente em textos do Novo Testamento, assim como faremos nessa segunda parte.
Geena – Vale do Hinom
Descrição e Localização
O Vale do Hinom (em hebraico, Gê-Hinom) era um vale localizado ao sul e a oeste de Jerusalém. Na Bíblia, ele é mencionado várias vezes, especialmente no Antigo Testamento, associado a práticas idólatras e rituais abomináveis realizados por alguns reis de Judá e o povo israelita em períodos de expressa e grave desobediência.
Significado Histórico
- Cultos Pagãos: O Vale do Hinom foi usado para práticas de adoração a deuses pagãos, como Moloque, onde crianças eram sacrificadas pelo fogo (2 Reis 23:10; Jeremias 7:31). Essas práticas eram consideradas abominações diante de Deus.
- Profanação e Julgamento: Por causa dessas práticas, o Vale do Hinom tornou-se um símbolo de maldição. O profeta Jeremias, por exemplo, o mencionou como local de juízo divino, onde muitos seriam enterrados por causa do grande número de mortos (Jeremias 7:32; 19:6-7).
Também profanou a Tofete, que está no vale dos filhos de Hinom, para que ninguém fizesse passar a seu filho, ou sua filha, pelo fogo a Moloque. – 2 Reis 23:10
31 E edificaram os altos de Tofete, que está no Vale do Filho de Hinom, para queimarem no fogo a seus filhos e a suas filhas, o que nunca ordenei, nem me subiu ao coração. 32 Portanto, eis que vêm dias, diz o Senhor, em que não se chamará mais Tofete, nem Vale do Filho de Hinom, mas o Vale da Matança; e enterrarão em Tofete, por não haver outro lugar. – Jeremias 7:31-32
6 Por isso eis que dias vêm, diz o Senhor, em que este lugar não se chamará mais Tofete, nem o Vale do Filho de Hinom, mas o Vale da Matança. 7 Porque dissiparei o conselho de Judá e de Jerusalém neste lugar, e os farei cair à espada diante de seus inimigos, e pela mão dos que buscam a vida deles; e darei os seus cadáveres para pasto às aves dos céus e aos animais da terra. – Jeremias 19:6-7
Significado (de Hinom) no Novo Testamento
No tempo de Jesus, o Vale do Hinom (ou Geena, no grego do Novo Testamento) tinha um significado simbólico importante:
- Geena como Inferno: A palavra “Geena” (traduzida como “inferno” em muitas Bíblias, como visto na parte 1 desse artigo) deriva do nome “Vale do Hinom”. Jesus usou esse termo para se referir ao lugar de punição eterna ou separação de Deus, um local de tormento simbolizado pelo “fogo que nunca se apaga” (Marcos 9:43-48; Mateus 10:28).
- Lixão de Jerusalém?: Alguns estudiosos sugerem que, nos dias de Jesus, o Vale do Hinom era usado como depósito de lixo, onde resíduos e corpos de criminosos ou animais eram queimados continuamente. Isso reforçava a imagem de um lugar de destruição e corrupção eterna.
43 E, se a tua mão te escandalizar, corta-a; melhor é para ti entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno (Geena, no original grego), para o fogo que nunca se apaga, 44 Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. 45 E, se o teu pé te escandalizar, corta-o; melhor é para ti entrares coxo na vida do que, tendo dois pés, seres lançado no inferno (Geena, no original grego), no fogo que nunca se apaga, 46 Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. 47 E, se o teu olho te escandalizar, lança-o fora; melhor é para ti entrares no reino de Deus com um só olho do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno (Geena, no original grego), 48 Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. – Marcos 9:43-48
E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno (Geena, no original grego) a alma e o corpo. – Mateus 10:28
Mensagem Bíblica de Alerta
O Vale do Hinom serve como um lembrete na Bíblia:
- Do juízo de Deus contra o pecado e a idolatria.
- Da graça de Deus, que chama o povo ao arrependimento para evitar tais punições.
Diferentemente do Sheol/Hades, para onde vão a alma e o espírito, no Geena fica subentendido que as pessoas em tormento estão também com seus corpos, uma vez que Jesus, tanto nos versículos já citados, quanto em Mateus 5:29-30, menciona partes do corpo que seria melhor arrancar e ir para a “Vida”, do que perecer com todo o corpo no Geena. Além do mais, o próprio SENHOR disse que não devemos temer os que podem matar o corpo, mas sim o que pode mandar tanto alma, quanto corpo, para o Geena.
29 Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno (Geena, no original grego). 30 E se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno (Geena, no original grego)”.
Complementando com a leitura de Apocalipse 19:20, percebe-se que Geena nada mais é do que o Lago de Fogo, onde serão lançados a Besta (símbolo do governo maligno do Anticristo), o Falso Profeta (o próprio Anticristo), a Morte e o Inferno, bem como todo aquele que não teve seu nome encontrado no Livro da Vida. Ora, se tudo foi traduzido como Inferno, como o Inferno poderia ser jogado dentro do Inferno (tradução que foi usada para Geena)?
E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo (Geena, no original grego) que arde com enxofre. – Apocalipse 19:20
14 E a morte e o inferno (Hades, no original grego) foram lançados no lago de fogo (Geena, no original grego). Esta é a segunda morte. 15 E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo (Geena, no original grego). – Apocalipse 20:14-15
Como dito no início da primeira parte desse artigo, é decepcionante e pavoroso constatar que a chamada “Igreja de Cristo”, diante de tão triste final para quem não se entregou a Cristo, não propague esse ensino e prefira gastar seu tempo para pregar materialismo e doutrinas inócuas, alheias ao Evangelho de Jesus Cristo, que é o único capaz de livrar as pessoas desse destino, herdado por toda a raça humana desde a queda no Éden.
Onde fica o Hades?
Em termos geográficos ou de localização física, apesar das lendas, ou relatos, sobre gritos de horror escutados quando se fez determina perfuração, no solo em direção ao centro do planeta, não se pode afirmar, com base bíblica, numa interpretação séria, que o Hades fica “no centro da terra”. A única afirmação que podemos fazer, é que Jesus, entre o período de seu sepultamento e de sua ressurreição, como ele mesmo afirmou em Mateus 12:40, esteve lá. Adiante, ainda nesse artigo, na Parte 3, discorreremos sobre esse assunto, com mais fundamentos bíblicos.
Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra. – Mateus 12:40
Sono da Alma?
Há, no meio cristão, tanto católico como evangélico, uma doutrina/teoria que diz que o espírito e a alma, depois da separação do corpo, entram em estado de sono, ou seja, ficam à espera do “Dia Final”, o “Dia da Ressurreição”, para, enfim, juntar-se novamente ao “novo corpo” e viver tudo o que esperavam, tudo o que havia sido prometido.
Essa doutrina é baseada no texto de Eclesiastes 9:4-6
4 Ora, para aquele que está entre os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto). 5 Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. 6 Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.
Usam, também, textos como o da ressurreição da filha de Jairo e os textos (do Espírito Santo, autor da Bíblia) escritos por Paulo, em que são usadas a palavra “sono” e “dormir” (e suas variações), para falar sobre pessoas que o texto descreve como mortas.
38 E, tendo chegado à casa do principal da sinagoga, viu o alvoroço, e os que choravam muito e pranteavam. 39 E, entrando, disse-lhes: Por que vos alvoroçais e chorais? A menina não está morta, mas dorme. – Marcos 5:38-39
6 Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também. – 1 Corintios 15:6
Vamos usar uma das regras de interpretação de textos bíblicos que diz: Se houver um texto que afirma uma suposta verdade e houver outros, em maior número, que dizem o contrário, desde que se tenha examinado antes o contexto, descarta-se a “doutrina” criada a partir desse texto. Então, vamos às objeções:
Primeira Objeção:
A palavra hebraica usada no texto de Eclesiastes 9, para se referir a esquecimento é a palavra zeker, que tem o significado de memorial. Qual o contexto e o que isso quer dizer? Quer dizer que ninguém mais se lembra de determinada pessoa, algumas (ou poucas) gerações depois dela haver morrido. Qual de nós se “lembra” de seu tataravô e sabe algo sobre ele, inclusive a aparência? Ou, mais ainda, quem sabe quem morava próximo à casa de Terá, pai de Abrão, em Ur dos caldeus? Você lembra da pessoa que entregou a carta de Dna. Leopoldina e de José Bonifácio a D. Pedro de Alcântara, então príncipe regente do Brasil, no dia 07 de setembro de 1822? Sim, estas pessoas estão “no esquecimento”. Dom Pedro de Alcântara, que depois de sua coroação como Primeiro Imperador do Brasil, passou a ter um memorial e um nome com título único, D. Pedro I, porém as informações e a ação do emissário se perderam no tempo, foram esquecidos.
Segunda Objeção:
A mesma Bíblia que diz que todos seremos julgados (e não cabe, nesse artigo, falarmos sobre os diversos julgamentos que a Bíblia cita), diria que não lembraremos de nada? Como poderíamos ser julgados por algo que não nos lembramos e, mais ainda, como poderíamos, numa segunda encarnação, como diz certa “doutrina”, não cristã, estar a pagar por uma dívida (pecados) que sequer sabemos que temos? Nesses casos, a memória ficou no corpo sepultado e não na alma e no espírito e só a recuperaremos quando houver a ressurreição?
Terceira Objeção – A “Parábola” do Rico e de Lázaro
Dentre as inúmeras Parábolas contadas por Jesus, algumas, mesmo com o título de “Parábola” em nossas Bíblias não o são. Lembre-se que o texto bíblico, até o século XIII era uma só porção, dividido em tomos e não havia a divisão em capítulos e versículos e, muito menos ainda, títulos em cada porção de texto referente a um assunto específico.
Dentre os exemplos de “parábolas” que não o são, pode ser citada a história de “O Rico e Lázaro”. Por que podemos afirmar que não é uma parábola?
E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear. – Mateus 13:13
E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer, – Lucas 18:1
Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. – Mateus 25:1
Todas as vezes que o SENHOR contava algo como parábola, ele dizia que seria uma parábola ou, ainda, usava a expressão “o reino dos céus será semelhante a“. Isso não ocorre no texto sobre a história de O Rico e Lázaro (Lucas 16:19-31:
19 Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente.
20 Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele;
21 E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas.
22 E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado.
23 E no inferno (Hades, no original), ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio.
24 E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.
25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado.
26 E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá.
27 E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,
28 Pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.
29 Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.
30 E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam.
31 Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.
Nessa história são citados nomes de personagens, nas parábolas, não; os personagens são judeus, uma vez que o Rico chama Abraão de Pai Abraão e Lázaro, como todo judeu, tinha a esperança de, depois de morto estar junto a Abraão. Jesus estava contando uma história para seu povo, os judeus, então necessário era que ele contasse a história que encaixasse na realidade deles (viera “para as ovelhas perdidas da casa de Israel“).
Temos que frisar que o homem rico não fora para o local de tormentos por ser rico, pois, se assim o fosse, Abraão, que também o fora enquanto vivera em carne, mas “creu Abraão em Deus e isto lhe foi imputado como justiça” (Gênesis 15:6). Então, certamente, o homem rico estava no local de tormentos porque não crera em Deus enquanto estava em carne.
Ocorre que, sem a devida honestidade, alguns intérpretes adeptos da “Teoria do Sono da Alma” querem classificar esse texto como parábola para, assim, deixá-lo no campo das fábulas, de algo que não serve como fundamentação para a realidade de que há consciência no “mundo dos mortos”. Mesmo que o SENHOR tivesse começado a contar essa história em forma de parábola, ele seria, no mínimo, irresponsável, por criar uma figura que não fosse condizente com a realidade de que há consciência pós-morte, mesmo não havendo, como alegam os adeptos da Teoria do Sono da Alma. Em todas as parábolas que o SENHOR contou há aplicação para a realidade, e a suposta “Parábola do Rico e de Lázaro” não poderia ser diferente.
Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal. – Jó 1:1
Se a história de O Rico e Lázaro for uma parábola, certamente o Livro de Jó também seria, pois iniciam da mesma forma (“havia um homem…“).
Como analisaremos na terceira parte desse artigo, essa história aconteceu no tempo do Antigo Testamento. Primeiro, porque Jesus a contou antes da crucificação e ressurreição; também porque o Hades, depois da morte e ressurreição do SENHOR, abriga somente os que morreram sem ter se rendido a Ele.
O homem rico reconheceu Lázaro no seio de Abraão, do outro lado do abismo e pediu que Abraão ordenasse a Lázaro que molhasse o dedo em água para refrescar-lhe a língua. Ora, se somente alma e espírito estão no Hades, como Lázaro foi reconhecido e por que se falar em um dedo molhar a língua com água? Isso pode significar que mesmo apenas em alma e espírito o homem mantém certas características que tinha enquanto estava em carne, que o fazem ser reconhecido.
Outro detalhe importante a favor da crença de que se tem memória após a morte, é o fato de que o Rico, pede a Abraão que envie Lázaro a contar a situação em que está, em tormentos, para seus cinco irmãos, para que eles não viessem para o mesmo lugar. Ora, mesmo em tormentos ele tem essa lembrança e sente compaixão pelos seus, querendo evitar que eles terminem como ele. Abraão responde dizendo que esses parentes têm Moisés (a Lei) e os Profetas, ou seja, aquilo que lhes daria a condição de discernir entre o bem e o mal e. ainda, crer na promessa da vinda de um Messias remidor.
Quarta Objeção: Os mortos diante do Altar de Deus (Apocalipse 6:9-10)
9 E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. 10 E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?
Primeiramente, mesmo não tendo ainda chegado a esse assunto, repare que os mortos justos não estão mais no Hades, mas debaixo do altar, na presença de Deus. Depois, veja que estavam pedindo justiça. Ora, como pode alguém sem lembranças pedir justiça ou qualquer outra coisa? Se pedem justiça a Deus, é porque têm plena consciência do que acontecera enquanto estavam em carne. (porque só tem sangue derramado quem ainda está em carne).
Quinta objeção: Habitar com o Senhor (2 Coríntios 5:8)
8 Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor. 9 Pois que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes. 10 Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.
Veja que, anteriormente, falamos sobre os vários julgamentos, e citamos também o Julgamento do Grande Trono Branco. No versículo 10, é citado outro julgamento, no Tribunal de Cristo, o Bema, reservado somente para aqueles que optaram por Cristo, enquanto em carne. É o julgamento “dos galardões”, que não implica perda da condição de salvo, mas apenas para que as obras dos “crentes” (aqueles que creem) sejam julgadas e, eventualmente, recompensadas. Essa matéria será objeto de um outro artigo, ainda sem previsão de publicação. Mas voltemos ao assunto do presente artigo:
Quem pode agradar a outrem estando dormindo, no “sono da alma”? Talvez, em vida, alguém dormindo possa agradar outro alguém; por exemplo, aquele seu vizinho que patrocina bailes que adentram a madrugada, por exemplo. Quando ele dorme, ele te agrada, pelo barulho que deixa de fazer. Mas Paulo diz que “muito desejamos ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes.“. Antes dessa afirmação ele escreve que, deixando o corpo, vai habitar com o SENHOR. Habitar dormindo? Não! Nesse estágio ele sabia que estaria consciente de sua presença junto ao Senhor.
Sexta objeção: Estar com Cristo (Filipenses 1:23-24)
23 Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. 24 Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne.
Ora, é tão desejável estar com Cristo que vamos dormir para aproveitar melhor esse momento?
Iremos para a terceira parte desse artigo, mas, antes disso, queremos deixar algo bem claro:
Nossa pregação não tem o objetivo de amedrontar as pessoas para que, por medo, elas venham a Cristo e, com isso, parem de pecar. A Salvação pressupõe que fazemos o bem porque somos salvos, não o contrário, ou seja, que fazemos o bem para ser salvos. Vir a Cristo e parar de pecar, “para não ir para o inferno” não é sinal de mudança de caminho, de conversão, de rendição a Cristo, mas um sinal de que queremos obter a Salvação por nosso mérito, o de deixar de pecar e é claro que o SENHOR sabe a intenção dos nossos corações. Então, criar medo nas pessoas não nos ajuda na tarefa que Ele nos deu, de pregar o Evangelho e, portanto, em nada alivia a condição presente da pessoa, de não ser salva, e futura, de padecer as consequências de não o ser. Portanto, conclamamos nossos leitores, não “crentes” ou “crentes nominais”, ao verdadeiro arrependimento de nossa condição de pecadores, condenados ao tormento eterno, herdada do primeiro casal, Adão e Eva, após desafiarem o Criador.
Jesus veio a esse mundo, assumindo a forma de homem, para oferecer-se em sacrifício por nós, apenas por amor. Arrependimento é o primeiro passo que é dado concomitante à rendição a Jesus Cristo, como SENHOR de nossas vidas. Esse é o Caminho para morar e vier com Ele, por toda a Eternidade e não no Geena, também por toda a Eternidade. Deixar de cometer pecados que nos separam dele é o passo seguinte e Ele, por seu grande amor, nos ajuda nesse processo de santificação. Como já disse alguém, “A conversão tira o homem da lama e a Santificação tira a lama dele. Em breve, nesse ou em outros de nossos blogs, provavelmente no www.bereanos.net, postaremos textos sobre a Graça de Deus.
