O Lugar dos Mortos – Antes, Agora e Depois – Parte 3 – Final

… Continuação…

No Novo Testamento

A promessa da vinda do Messias era algo constante nos ensinos dados, primeiro ao homem em geral, depois, especificamente a Israel. As Profecias Messiânicas são objeto de outra série desse blog, chamada “O Messias, O Cristo” em que, até o momento em que escrevo esse artigo, tem 13 artigos publicados; outros virão. Depois de ler o presente artigo, visite também essa série.

Adão e Eva sabiam dessa promessa desde a queda no Éden (Gênesis 3:15), e é normal imaginar que essa transmissão oral tenha sido feita às gerações posteriores, para toda a raça humana. As pessoas que morreram no dilúvio não poderão dizer, no julgamento, que nada sabiam a respeito da necessidade de ouvir e obedecer ao Deus Criador, pois durante quase cem anos, enquanto construía a arca, Noé os alertava. O mesmo se pode dizer a respeito da geração pós-dilúvio que, em desafio ao Criador, resolveu construir a Torre de Babel, onde queriam afrontar esse Criador, através da adoração de seus falsos deuses. Depois, em Gênesis 12, Deus continuou a execução de seu plano de Redenção, chamando Abraão em Ur dos Caldeus e, assim, estabelecendo uma nação que seria sua “propriedade exclusiva” e que, além de transmitir isso à geração posterior, por onde andasse teria a tarefa de proclamar o Deus Vivo, o Deus de Israel. As gerações posteriores a Abraão continuariam a receber profecias a respeito dessa promessa:

O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos. – Gênesis 49:10

Essa, diz claramente que o Messias prometido seria descendente de Judá, quarto filho de Jacó (Israel) e que, além disso, congregaria todos os povos à sua mensagem. Hebreus e não hebreus, judeus e não judeus (gentios) congregados a Ele e tendo-o como seu Remidor e Salvador.

Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. 10 Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.  – Hebreus 11:9-10

13 Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. 14 Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria. 15 E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar. 16 Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade. – Hebreus 11:13-16

Mesmo os que morreram antes de ter sido pago o preço (de sangue puro do Cordeiro de Deus), sabiam em quem estavam depositando a sua fé e, mesmo tendo passado pelo Hades (santos do Antigo Testamento) sabiam que Ele seria fiel a sua promessa cumpriria. Deus havia assinado um contrato, prometendo a vinda de um Remidor e quem acreditava nessa vinda, subscrevia esse contrato, como a outra parte, a que receberia a Salvação Eterna de um Deus Eterno, que não mente.

Dessa forma, e a respeito do que já postamos nas duas primeiras partes desse artigo, não era segredo para qualquer pessoa que havia um Deus verdadeiro, o Criador dos Céus e da Terra, e que ele queria a todos remir, através da promessa do Messias Remidor e que todos que nele cressem não se perderiam. Ocorre que, assim como hoje, é muito mais fácil servir a um deus (sim, com letra minúscula) que nada exige, nada cobra, do que servir a um Deus Criador e Pai que exige obediência às suas Leis. Um exemplo de idólatras que, mesmo clamando por seus deuses, temiam o Deus Criador, pode ser encontrado no primeiro capítulo do Livro de Jonas:

E ele lhes disse: Eu sou hebreu, e temo ao Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca. 10 Então estes homens se encheram de grande temor, e disseram-lhe: Por que fizeste tu isto? Pois sabiam os homens que fugia da presença do Senhor, porque ele lho tinha declarado. 14 Então clamaram ao Senhor, e disseram: Ah, Senhor! Nós te rogamos, que não pereçamos por causa da alma deste homem, e que não ponhas sobre nós o sangue inocente; porque tu, Senhor, fizeste como te aprouve. – Jonas 1:9-10,14

Antes da vinda, em carne, do Messias Remidor, o SENHOR instituiu a Lei e a entregou a Moisés, com normas de conduta que o povo deveria seguir e, além disso, instituiu sacrifícios de animais que serviriam para demonstrar o arrependimento do povo com relação a seus pecados, mas que apenas “cobriam” o pecado do ofertante, mas não lhe davam redenção plena desses pecados. Essa prática se estendeu por séculos e todas as vezes que a pessoa atravessava o seu arraial levando consigo o animal para a sua oferta, ela tinha consciência que aquilo era uma formalidade que, claro, deveria ser cumprida, mas a sua redenção estava no fato de que cria na vinda de um que faria o sacrifício definitivo.

Porém Samuel disse: Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros. – 1 Samuel 15:22

Oferecei sacrifícios de justiça, e confiai no Senhor. – Salmo 4:5

Então, antes da consumação do sacrifício perfeito e definitivo de Jesus, na cruz, todos os que morriam desciam para o Sheol (em hebraico) ou Hades (em grego) e, como já vimos, lá havia o Lugar de Consolo e o Lugar de Tormentos, separados por um Grande Abismo, como nos mostra a “História do Rico e de Lázaro”, relatada na Bíblia e explicada na parte 2 desse artigo. Porém, de lá não poderiam sair, era uma prisão, inclusive para os que haviam morrido crendo na promessa, uma vez que o preço da liberdade ainda não havia sido pago. Uma prisão não deixa de ser uma prisão, mesmo com condicionador de ar, TV a cabo e sem trabalhos forçados (itens de conforto ou ausência de tormentos).

18 Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito;  19 No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; – 1 Pedro 3:18-19

Concluído o sacrifício na cruz (o “Está Consumado” – João 19:30), o corpo do SENHOR foi sepultado. Seu Espírito, porém, havia sido entregue ao Pai (Lucas 23:46), seu fiel depositário. Mortificado na carne, mas vivificado pelo Espírito, continuou sua missão, onde foi pregar (ἐκήρυξεν (ekēruxen, no original grego), ou seja, proclamar com autoridade; não tem o mesmo sentido de pregar como conhecemos, ou seja, proclamar a Boa Nova do Evangelho para que as pessoas se arrependam. Aquelas almas não precisavam de uma pregação de arrependimento e fé, pois já haviam feito isso enquanto estavam em carne. A pregação, a mensagem, para eles era “Está consumado. Até então não havia sido pago o preço da sua liberdade, mas agora está pago. Não estão mais em prisão“. Então, diferentemente do que dizem as lendas evangélicas por aí, o SENHOR não foi pregar para os que estavam em tormento, mas apenas para os que estavam em prisão, e em carne, já criam na promessa da sua vinda. Os que estavam em tormentos haviam feito a sua (má) escolha, em carne e já estavam recebendo a colheita dessa plantação. Feita essa “pregação”, essa anunciação, Ele os transportou para o Paraíso, no Terceiro Céu.

Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. Ora, isto – ele subiu – que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra10 Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas. – Efésios 4:8-10

Dessa forma, depois do sacrifício de Jesus na cruz e sua ressurreição, todos os que morrem crendo nele não mais descem ao Sheol/Hades, pois não há mais motivo para a prisão, pois, depois de pago o preço, não há mais jugo, mas apenas liberdade.

Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão. – Gálatas 5:1

Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra EDIFICAREI a minha igreja, e as portas do inferno (Hades, no original) não prevalecerão contra ela; – Mateus 16:18

Mateus 16:18 é fonte de dupla lenda nos meios evangélicos:

  1. A primeira lenda é que algumas correntes inventaram por sua louca “teologia”, que não existe Israel e Igreja, mas “Igreja do Antigo Testamento” e “Igreja do Novo Testamento“. Ora, se existe “Igreja do Velho Testamento“, Jesus usaria outra palavra (Restaurarei, Reconstruirei, por exemplo) e, como, claro, ele não era analfabeto e, ao contrário, detém todo o conhecimento, não teria errado na conjugação do verbo (Edificarei, primeira pessoa do singular do Futuro do Presente do Indicativo). A Igreja de Jesus Cristo tornou-se realidade em termos humanos, em Atos 2, no dia da Festa de Pentecoste. Santos e Crentes, são essas palavras que são comuns aos que creem em Jesus, tanto do Antigo Testamento, como do Novo Testamento. Portanto Santos do Antigo Testamento e Santos do Novo Testamento e, em ambos os casos, santos não por merecimento, mas porque Ele, e somente Ele, nos santifica.
  2. A segunda lenda é de que a Igreja é invencível e que “As portas do Inferno” (o reino de Satanás) não prevalecerá contra ela. Já vimos, na parte 1 desse artigo, que o “Inferno”, apesar das confusões de tradução do grego para o latim e do latim para outras línguas, não é o Trono de Satanás, tampouco ele tem poder sobre ele. Quando Jesus disse isso, apenas para não perder o costume, Ele sabia do que estava falando, ou seja, as portas do Hades (até então, lugar de Consolo, para uns, e de Tormento, para outros) não mais se abririam para receber aqueles que fazem parte da Sua Igreja (corpo de Cristo, não organização religiosa), que ainda seria edificada a partir de Atos 2, pois o preço já teria sido pago por Ele, na cruz. O destino imediato de todos que fazem parte da Igreja, corpo de Cristo, após a morte física, é o Paraíso, no Terceiro Céu.

Portanto, se você quiser dizer que Satanás não tem poder contra os Filhos de Deus, que formam a sua Igreja, use outro versículo:

18 Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca19 Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno. 20 E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para que conheçamos ao Verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. – 1 João 5:18-20

A trajetória vitoriosa do Messias

Toda a Bíblia aponta para Jesus. Ele (e não nós) é o centro de todo o Plano de Salvação, que foi concebido desde “antes da fundação do mundo“, pelo melhor Gestor de Projetos que há em todo o Universo, o próprio Deus Triúno (a Ele seja dada toda a Glória, todo o Louvor). Como não poderia deixar de ser, também no livro dos Salmos, há vários salmos que apontam para o Messias, para seus sofrimentos e para seu Reino, futuro (os judeus esperavam somente um Rei e, mesmo tendo em seu poder as Escrituras, não enxergaram que o Messias havia de sofrer, de padecer – “O meu povo erra por falta de conhecimento” e “Errais por não conhecer as Escrituras, nem o Poder de Deus“). Dentre esses salmos podemos, por exemplo, citar o 2 e o 91 (sim, o 91 é Messiânico – “não deixará tropeçar seu pé em pedra” – Qual foi mesmo uma das três ofertas que Satanás fez a Jesus na tentação, após Seu batismo?). Porém há uma sequência de Salmos, que mostram a trajetória vitoriosa do Messias:

Seu sofrimento – Salmo 22

 Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas do meu auxílio e das palavras do meu bramido?

Todos os que me veem zombam de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça, dizendo:

Confiou no Senhor, que o livre; livre-o, pois nele tem prazer.

10 Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe.

16 Pois me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores me cercou, traspassaram-me as mãos e os pés.

17 Poderia contar todos os meus ossos; eles veem e me contemplam.

18 Repartem entre si as minhas vestes, e lançam sortes sobre a minha roupa.

Não são mera coincidência os pontos confluentes entre esses versículos e o relato da crucificação, o sacrifício definitivo do SENHOR por nós.

Salmo 23 – Não temer o Vale da Sombra da Morte

 O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.

Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.

Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.

Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.

Ele sabia, em toda a sua vida terrena, que o Pai estava a guia-lo e que, como Deus Onipotente, nada lhe sairia do controle na gestão desse projeto e que, ao final, uma mesa seria posta, na presença de todos os seus inimigos e que Ele habitaria na Casa do SENHOR, para sempre (com aqueles a quem libertara da condenação, do domínio,  e da presença do pecado – “Livrou-me da morte, do mundo e do mal, nunca esquecerei“).

Salmo 24 – Missão Cumprida

Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam.

Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios.

Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?

Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.

Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.

Quem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra.

Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.

10 Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. (Selá.)

Qual frequentador de templos evangélicos não ouviu ou cantou essa música nos anos 1980/1990? Vencedores por Cristo

Depois de cumprir sua missão, de comissionar seus apóstolos (enviados), Ele é assunto aos Céus, onde passa pelas entradas eternas, como um general vencedor adentra a sua cidade, o Seu Reino, após vencer e, nesse caso, libertar os que estavam em prisões, recebe toda a Glória, como o Rei da Glória, e onde começa a cumprir o que prometera em João 14:1-3:

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.

Desde então, os que estavam no Hades passam a ficar debaixo do Altar, junto ao Trono do Soberano Senhor, como vimos na parte 2, desse artigo (Apocalipse 6:9-10). Esses, citados em Apocalipse, segundo a linha escatológica (bíblica) que esse blog segue, são aqueles que foram mortos pelo Anticristo (serão – a visão é a partir do futuro, por isso o “foram“) por amor ao nome de Jesus, durante a Tribulação, pois os que foram mortos por amor a Jesus durante a era da Igreja (perseguição pelo império Romano, pela Inquisição, pelo Comunismo, dentre muitos outros), já terão sido ressuscitados e arrebatados.

Agora, resta-nos esperar o dia em que Ele virá nos arrebatar, nos buscar para levar-nos, com corpos transformados, para o lar que Ele nos preparou. Caso morramos antes desse dia, temos dele a certeza de que “as portas do Hades não prevalecerão” contra nós e que nossa alma e nosso espírito serão levados ao Paraíso, e lá ficaremos conscientes, pois é muito melhor estar lá, do que aqui. Enquanto isso não acontece, a morte ou o Arrebatamento, ou seja, enquanto estivermos em carne, nossa missão e dever é trazer mais pessoas para esse Evangelho, para essa promessa de Vida Eterna, com Ele.

O Paraíso dos Remidos e Salvos

22 Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos; 23 À universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; 24 E a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel. – Hebreus 12:22-24

31 Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá32 Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. 33 Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. 34 E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados. 35 Assim diz o Senhor, que dá o sol para luz do dia, e as ordenanças da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o mar, bramando as suas ondas; o Senhor dos Exércitos é o seu nome. 36 Se falharem estas ordenanças de diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. 37 Assim disse o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o Senhor. – Jeremias 31:31-37

A promessa de uma Nova Aliança, que foi selada com sangue inocente, foi feita para os descendentes físicos de Israel, porém havia a promessa de que O Descendente de Abraão, Jesus Cristo, seria aquele por quem todas as nações seriam benditas e, depois de revelado o mistério da Igreja, através de sua criação, narrada em Atos 2, a mensagem do Evangelho se tornou grande demais para ficar só em Israel e foi alcançando cada vez mais os gentios, os não israelitas. A leitura atenta de Jeremias 31 mostra, novamente, a indissolubilidade de seu Pacto e a fidelidade de suas promessas, ou seja, não há que se dizer que a Igreja é o “Israel de Deus” e sua sucessora. Os dois povos são “Povo de Deus”, os “Santos de Deus”, “Sacerdócio do Deus Vivo”. Mas isso é matéria para outra série de posts.

Onde fica o Paraíso “dos crentes”?

Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céuE sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar. – 2 Coríntios 12:1-4

O nosso Lugar de Consolo, após ter sido pago o preço de nossa Redenção, como já dissemos, não é mais uma região do Hades, mas, tendo Cristo levado “cativo o cativeiro“, passou a ser no Paraíso, no Terceiro Céu, lugar onde fica o Trono do Altíssimo. É para lá que seguem os que deixam esse mundo, ao morrer. Da mesma forma, os que fizerem parte da Igreja e ainda não tiverem passado pela morte, quando ocorrer o Arrebatamento, para esse Paraíso serão levados, já com corpos transformados e incorruptíveis. O Arrebatamento é só para a Igreja, os Santos do Novo Testamento, uma vez que os Santos do Antigo Testamento serão ressuscitados, junto com os Santos da Tribulação, ao final da Grande Tribulação.

Há muitas dúvidas e perguntas a respeito de esses que já morreram em Cristo terem ou não acesso ao nosso dia a dia, ou seja, se eles veem ou não o que acontece na Terra. Há uma lenda que diz “fulano morreu, mas está lá junto de Jesus olhando por nós“, porém não há base bíblica para essa afirmação e o único citado na Bíblia como alguém que tem Onisciência é o Deus Altíssimo.

Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. – Romanos 8:1

51 Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; 52 Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados53 Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. 54 E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. 55 Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?56 Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. 57 Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo58 Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor. – 1 Coríntios 15:51-58

Créditos:

O Lugar dos Mortos Segundo a Escritura – Missão Brasileira Messiânica (MBM) / Almeida, D.F. (2005);

O Estado dos Mortos – Escola Superior de Teologia Prática (ESTP) / Lira, A.

2 thoughts on “O Lugar dos Mortos – Antes, Agora e Depois – Parte 3 – Final

  1. Muito interessante as abordagens.

    A definição do contrato onde duas partes devem subscrever é bem legal, e contesta algumas “lendas evangélicas” por aí. Rs

    Me intriga o final, quando vc define o terceiro céu como o destino final dos Santos.
    Como. Fica a questão da nova Jerusalém que desce dos céus e a reforma/restauração da terra?

    Parabens

    1. Amigo Slohan, obrigado por comentar.

      Escrevi que é o destino “imediato”, ou seja, ao morrer, no instante seguinte já estará no Terceiro Céu, no Paraíso, sem a necessidade de passar pelo Hades, como era na Antiga Aliança, nem de entrar, como dizem alguns, no “Sono da Alma”. É claro que isso ocorrerá antes do início do Milênio e da restauração final (leão e cordeiro pastando juntos; crianças podendo convier com cobras; terra restaurada e produtiva; etc.). A Nova Jerusalém que desce dos Céus, será a morada dos Santos do Novo Testamento (promessa de João 14:1-3), e lá estarão corpo transformado/alma/espírito, depois do Arrebatamento, enquanto que os outros Santos, o povo de Israel, entra para o Reino que lhe foi prometido, na terra, onde desfrutarão as bênçãos prometidas e profetizadas a eles (Israel), que, finalmente, terá cumprida a promessa de ser “cabeça das nações” (e não os que determinam isso, indevidamente, como Igreja), além de todas as demais promessas que, hoje, parecem ter ficado esquecida na “virada” de um Testamento para outro. Deus não falha e não deixa de cumprir nenhuma de suas promessas. Justamente por isso, segundo Ele mesmo adverte Israel, eles não foram destruídos (“não por causa de vocês, mas por causa da Minha Palavra” – promessa). A Igreja espera o Arrebatamento, enquanto Israel, o Reino (venha o Teu Reino, é uma oração de Israel, feita no tempo do “Antigo Testamento”. Postarei novos artigos esclarecendo, biblicamente, os detalhes desses dois povos, Israel e Igreja, e as confusões que são feitas por causa da má interpretação do “Israel de Deus”, interpretado erroneamente, pelos “pais da Igreja”, nos primeiros séculos, por razões de interesses não confessados.

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