As Profecias e O Livro do Apocalipse

Texto: Sergio de Souza

A perseguição a pessoas, o redor do mundo, simplesmente por serem cristãs, bem como a rejeição ao Deus da Bíblia, o “Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo”, e a seus preceitos, por parte de uma significativa parcela da humanidade, inclusive alguns que se dizem “cristãos”, deve ser a preocupação constante de cristãos genuínos que, como qualquer um que ama ao próximo, não quer que este se perca.

Certamente, pensando nisso, Deus nos abasteceu com a sua Palavra Profética, tanto nos livros do Antigo Testamento, no Sermão Profético de Jesus (nos Evangelhos), nas cartas de Paulo, João, Pedro, Tiago e Judas, bem como na Carta aos Hebreus, combinados com os escritos de João, no Livro do Apocalipse. Essa Palavra não deve gerar no crente e no incrédulo, o terror, mas o sentido de urgência de receber a Jesus como SENHOR em sua vida, pois, como já escrito nos artigos desse blog, ir a Jesus apenas por medo do “Inferno” não nos qualifica para morar com Ele.

As tabelas abaixo mostram, livro a livro, no Antigo e no Novo Testamentos, o quanto há de porção profética em cada um dos 66 livros da Bíblia. Apocalipse é o que tem maior porcentagem, seguido por vários livros dos Profetas Vétero-testamentários (Fonte: Bíblia de Estudo Profético Tim LaHaye).

Certa vez, não há muito tempo, um amigo e irmão disse que aqueles que, como eu, são chamados de “Pré-Tribulacionistas”, ou seja, os que acreditam, baseados em toda a Profecia, especialmente em 1 Tessalonicenses 1:9 e 5:9, Apocalipse 3:10, Romanos 5:9 e João 14:1-3, num Arrebatamento antes da Tribulação, não estudamos o livro de Apocalipse; respondi a ele que, sim, estudamos não só o livro de Apocalipse, mas toda a profecia e se toda ela , incluindo Apocalipse, aponta para uma resposta lógica e verdadeira, nela seguimos o estudo.

⁹ Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, ¹⁰ E esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura. – 1 Tessalonicenses 1:9,10

⁹ Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo, ¹⁰ Que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele. – 1 Tessalonicenses 5:9,10

¹⁰ Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra. – Apocalipse 3:10

⁹ Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. – Romanos 5:9

¹ Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. ² Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. ³ E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. – João 14:1-3

1/3 e 2/3

Acaso alguém entre nós lê um livro qualquer, de qualquer gênero, e não está preocupado com o que diz o terço final? Quando alguém me diz que não quer estudar a profecia, a escatologia bíblica, porque já sabe o final e o que importa é que está salvo, fico pensando que essa pessoa, que não se interessa pelo quase 1/3 de conteúdo profético, também se importa com os outros 2/3. Provavelmente não e, por isso, deve seguir enganado por falsos mestres e mestres acomodados e/ou temerosos de estudar esse terço, dizendo ser “muito difícil” e um “mistério”. Mistério? Ora o nome do livro é Apocalipse, do grego ἀποκάλυψις (apokálypsis). que significa “revelar” (na Bíblia em inglês é Revelation), “tirar o véu” daquilo que está oculto. Que mistério é esse que mesmo depois de revelado permanece misterioso e “difícil” de entender?

Robert L. Thomas, em artigo publicado na Bíblia de Estudo Profética Tim LaHaye, oferece uma visão sólida e altamente respeitada sobre o livro de Apocalipse. Sua abordagem, pré-milenista literal, destaca a fidelidade ao texto e o cuidado em separar símbolos de realidades futuras. A seguir, apresentamos um resumo dos principais pontos abordados:

1. Propósito do Livro

• O Apocalipse foi escrito para revelar Jesus Cristo em sua glória futura.

• É uma mensagem de esperança e julgamento, mostrando a vitória final de Deus sobre o mal.

• Encoraja os fiéis a perseverarem em meio à perseguição.

2. Estrutura do Livro

Thomas segue a divisão natural do livro:

• Cap. 1: A visão de Cristo glorificado

• Caps. 2–3: As cartas às sete igrejas da Ásia

• Caps. 4–22: O futuro escatológico (arrebatamento, tribulação, milênio e eternidade)

Ele destaca que a divisão proposta pelo próprio texto (Ap 1:19) serve de guia para entender o conteúdo profético:

“Escreve, pois, as coisas que viste (o Cristo Glorificado) as que são (As cartas às igrejas, a Era da Igreja) e as que hão de acontecer depois destas (O Arrebatamento, A Tribulação, O Reino Milenar e a Eternidade Futura)”

3. Interpretação literal e gramático-histórica

• Thomas defende a leitura literal do Apocalipse, a menos que o texto exija interpretação simbólica. Se o texto, em sentido literal faz sentido, não há motivo para buscar uma “outra interpretação”; até porque Deus “não é um Deus de confusão”, que escreveria uma coisa querendo dizer outra.

• Critica abordagens idealistas e historicistas, que, segundo ele, enfraquecem a mensagem escatológica.

4. Enfoque futurista

• O autor é firme em afirmar que a maior parte do Apocalipse ainda se refere ao futuro.

• Ele entende que a Tribulação será um período literal de sete anos, dividido em duas metades.

• O milênio é visto como literal, futuro e terrestre, com Cristo reinando pessoalmente sobre a Terra.

5. O valor para o cristão de hoje

• Apesar de seu conteúdo escatológico, o Apocalipse tem aplicação prática: exorta à santidade, fidelidade e confiança.

• Mostra que Deus está no controle da história e que a justiça será plenamente restaurada.

Conclusão

O artigo de Robert Thomas é uma excelente porta de entrada para quem deseja estudar o Apocalipse de forma séria e comprometida com a revelação bíblica. Ele resgata o valor do livro como profecia reveladora — não como alegoria ou código oculto.

📚 Fonte: Thomas, Robert L. “O Livro do Apocalipse”. In: Bíblia de Estudo Profética, ed. Tim LaHaye. Ed. Hagnos.

Por razões relativas a direitos autorais não posso transcrever, aqui no blog, o texto desse artigo de Robert Thomas, mas o encorajo a adquirir a Bíblia de Estudo Profético de Tim LaHaye, da Editora Hagnos, onde as notas de estudo, bem como diversos artigos “escatológicos” o ajudarão a ter melhor entendimento sobre a Profecia Bíblica e a melhor forma de estudá-la. Eu tenho uma há anos e minha atual leitura da Bíblia, de Gênesis a Apocalipse está sendo feita nela.

Para encerrar esse texto, farei a transcrição de Hebreus 6:1-2, que nos fala sobre os assuntos essenciais, os fundamentos, os rudimentos de nossa fé e que, portanto, todo cristão deveria estudar. O último, no final do versículo 2, é o juízo eterno. Depois da Salvação em Cristo (Soteriologia), nenhum outro assunto é tão citado nas Escrituras.

¹ Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, ² E da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. – Hebreus 6:1,2

Sobre Ressurreições e o Lugar dos Mortos, leia a nossa série que, claro, está fundamentada no estudo das Escrituras, de forma literal e histórico gramatical, para não lançar falsos estudos sobre a Verdade:

Série “Ressurreições”

Imagem: Ilha de Patmos, onde o Apóstolo João, o Presbítero, recebeu a mensagem do Apocalipse.