Miserável homem que sou – Katrina Virtual

Série: Capitão do Meu Destino – II

Romanos 7

15 Porque o que faço, não o aprovo, pois o que quero, isso não faço; mas o que aborreço, isso faço.

16 E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.

17 De maneira que, agora, já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.

18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.

19 Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço.

20 Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.

21 Acho, então, esta lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.

22 Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus.

23 Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.

24 Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?

25 Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim que eu mesmo, com o entendimento, sirvo à lei de Deus, mas, com a carne, à lei do pecado.

Tom Jobim, certa ocasião, disse que se Vinicius de Moraes, o chamado de “poetinha”, seu parceiro de tantos sucessos, fosse um homem sempre alegre, boa parte de sua poesia não seria tão brilhante como foi, e que os melhores textos dele foram produzidos em tristeza, em melancolia.

Não tenho, e jamais terei a pretensão de produzir tão maravilhosos textos, mas aproveito esse momento para escrever o que estou sentindo, pois, da mesma forma, suponho que terão mais sentido.

O autor do texto que atribuímos a Paulo, na verdade é o Espírito Santo que, como sabemos, não se apropria de quem quer que seja, mas soprou o que tinha que ser escrito, quando o instrumento se deixou usar, produzindo o texto bíblico. Na verdade, nem escrito por Paulo esse texto foi, pois quem o escreveu foi Tércio (Romanos 16:22), sendo Paulo a pessoa que ditou a carta (o texto), inspirado, é claro, pelo Espírito Santo, o Autor das Escrituras.

Paulo, olhando para trás, certamente se lembrava do estrago que tinha produzido, antes de sua conversão, na vida da recém fundada Igreja de Cristo, a Igreja Primitiva, apoiando a perseguição, perseguindo, prendendo e mandando para a morte. Vendo seu caminho, certamente via um rastro de destruição, tal qual um furacão, um Katrina, a destruir tudo por onde passara.

Por esses dias, conversando com um grande amigo, falávamos sobre a transformação da água para o vinho que uma vida passa quando começa a andar com Cristo e, certamente foi isso que aconteceu com Paulo a partir daquele bendito encontro na estrada para Damasco, mas, mesmo assim, ele continuava insatisfeito com sua vida cristã e não é certo se aquilo que o motivou a escrever esse capítulo 7 de Romanos foi sua vida pré-encontro ou algo que aconteceu depois desse bendito encontro ou, ainda, o mais provável, um análise de toda a sua vida.

Nessa conversa com meu amigo, também falávamos sobre o contrário de andar com Cristo, ou seja, andar por seus próprios caminhos e, nesse caso, a transformação é da água para a lavagem para porcos, aquilo que o filho pródigo, da Parábola, deve ter provado além das bolotas.

Adequando para o “rastro”, podemos concluir que se, ao olharmos para trás, virmos um caminho de boa plantação e de bons frutos, é porque andamos com ele a maioria do tempo, mas, ao contrário, se virmos um rastro de destruição, será porque andamos pelo nosso próprio caminho, pela nossa própria vontade, desprezando a correção do SENHOR e sendo os “capitães do nosso destino” e, nesse caso, cabe-nos, depois de reconhecermos nossos erros com o SENHOR, voltar e, na medida do possível, consertar um pouco desse estrago ou, ainda, a depender da instrução do SENHOR, deixar que Ele mesmo se encarregue de administrar e resolver os efeitos da destruição causada por esse furacão.

Romanos 5

17 Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criatura. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!

Convém, portanto, desde o início da caminhada, não querermos ser o “capitão do meu destino”, mas “apenas servos”, pois os servos não são donos de si mesmos (muito menos dos caminhos que percorrerão). Dessa forma, então, tanto durante a jornada, quanto ao final dela, poderemos ver um caminho de bons frutos e de construções estáveis e bem fundamentadas.

Autor: Sergio de Souza

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