Capitão do Meu Destino

Série: Capitão do Meu Destino – I

Edward John Smith, nasceu em 1850, em uma família de trabalhadores e, desde cedo tinha paixão pela navegação; tanto que deixou a escola e entrou para a marinha mercante. Seus objetivos foram alcançados e ele subiu rapidamente na carreira, sendo muito respeitado por seus pares, chegando a ser, no início do século XX, o “mais bem pago marinheiro”.

Comandou o SS Celtic, o SS Majestic, o RMS Baltic, o RMS Adriatic e o RMS Olimpic, chegando ao ponto em que alguns marinheiros e passageiros só viajavam em embarcações por ele comandadas, tal era sua confiabilidade e prestígio.

Em 1911, no comando do Olimpic, até então o maior navio do mundo, não conseguiu evitar a colisão com o cruzador HMS Hawke, o que abalou um pouco seu prestígio, mas não a ponto de impedir que o “capitão do seu destino” conseguisse avançar rumo ao sucesso.

Em 1912, foi designado para ser o comandante do RMS Titanic. Que dupla imbatível para essa viagem inaugural! O mais bem pago, agradável e admirável capitão, com o maior navio do mundo que, ainda por cima, era considerado “inafundável“. Era o “capitão do seu destino” em uma viagem de Southamptom , na costa sul do Reino Unido, até New York, EUA, com 1.500 passageiros a bordo.

O que o “capitão do seu destino” não podia prever era que, desta feita, seu destino não seria comandado por ele e não seria New York, mas um iceberg que, teimoso, estava em seu caminho e faria, em 15 de abril de 1912, com que sua morte não fosse natural, mas acidental. Ele deve ter aprendido que quem estabeleceu, quem decidiu, foi alguém maior, muito maior, do que ele.

Salmo 127:1

Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

Provérbios 16:1

O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR.

Jó 14:5

Os dias do homem estão determinados; tu decretaste o número de seus meses e estabeleceste limites que ele não pode ultrapassar.

Jó 42:2

Sei que podes fazer todas as coisas; nenhum dos teus planos pode ser frustrado.

Hoje é moda ouvir de jovens e daqueles que já não tão jovens, que a sua própria vida, o seu destino, irá para onde ele mesmo decidir, que ela/ele é “capitão do seu destino” ou “senhor/a do seu destino”; fizeram até novela com esse slogan. Nada há de errado em sonhar, em planejar, mas deve-se, sempre, admitir que não existe em nós força propulsora e vida suficiente para garantir que tudo o que foi sonhado e planejado acontecerá.

“Mas isso é pessimismo demais!”, diriam alguns “capitães”;

“O segredo do sucesso é programar sua mente – o Mindset – mentes de sucesso encontram o sucesso, mentes milionárias encontram a riqueza”, diriam os “controladores” da própria mente;

“Eu determino e Deus faz acontecer”, diriam os “profetas” que, pensam ter aprisionado Deus numa lâmpada de Aladim (ou da Jeannie);

“Farei um Ato Profético e Deus fará acontecer”, diriam alguns “New Josué”, pretensos manipuladores da mente de Deus, dando voltas ao redor da sua Jericó a ser conquistada.

Não podemos ficar paralisados por não sabermos o nosso destino, porque, como diria um “ex-amigão” ateu: “nada garante que ser otimista fará com que o resultado seja alcançado, mas garantido está que os projetos do pessimista não darão certo, se é que um dia sairão do papel”.

Na verdade, tudo está naquela fina linha que divide a minha capacidade de realizar e a vontade de Deus que eu realize ou não. É fazer algo como se Deus não estivesse no barco, mas sabendo que, se Ele não estiver, o naufrágio é certo. É Ele quem determina tudo, inclusive até onde o gigante e poderoso mar pode ir.

Não sejamos “capitães do nosso destino”, mas marinheiros submissos à vontade do supremo comandante da nau da nossa vida, pois somente Ele sabe o dia em que ela começa a cortar os mares, as tempestades que encontrará, os abalroamentos que acontecerão e o dia em que seremos recolhidos ao porto final.

Texto: Sergio de Souza