Texto: Sergio de Souza.
Depois de tantas previsões não cumpridas, de profecias (ou profetadas) que se revelaram verdadeiras decepções, grandes malogros, houve na igreja, primeiro a norte-americana, depois as outras, um sentimento de “comamos, bebamos, ganhemos muito dinheiro, porque o SENHOR tarda”.
Este foi um terreno fértil para que a nefasta Teologia da Prosperidade, já existente, mas não tão forte, passasse a ser o centro das atenções.
Um vídeo dos anos 90 mostra um pastor americano pregando prosperidade e dizendo que estava corrigindo um erro de interpretação dos pastores tradicionais, um erro de Hermenêutica, pois, segundo ele, Jesus era milionário, porque quando disse que os setenta (ou setenta e dois) não deveriam levar nada em seu périplo missionário, na verdade quis dizer que Ele os sustentaria financeiramente, dando a eles, antes da partida para a missão, tudo o que precisassem. Quanta imaginação! Seria, então, o Armazém do Salvador.
Hoje, infelizmente, deixou-se de pregar contra o pecado, de pregar a Salvação, de pregar o arrependimento, de pregar o retorno de Cristo, de pregar as maravilhas eternas, para falar-se, quase que na totalidade do tempo, sobre o “Pai que não pode deixar seus filhos na miséria”, sobre o “Pai que é o dono do ouro e da prata”, etc., etc., etc.
Termos como “determinar”, “conquistar”, “promessa”, “cabeça, e não cauda”, “superabundante”, “extravagante” e muitos outros passaram a fazer parte do “evangeliquês”. Inverteram-se as posições e o outrora Deus Todo-Poderoso, mesmo não deixando de sê-lo, ficou menor, pois deve ceder aos caprichos de seus “filhos”, assim como estes fazem com seus “bebês” malcriados, incontroláveis e insolentes.
Jeremias, um fiel profeta do Antigo Testamento, porém pobre e sofredor, caso vivesse em nossos dias, seria um exemplo de cristão “derrotado” e não teria lugar na maioria dos nossos púlpitos (ou seriam “altares”?!?!?!).
O estudo da Escatologia Bíblica nos fará ver a vida cristã de forma diferente daquela que hoje é a usual, a comum, a “da moda”. Fará com que tudo seja colocado em seus devidos lugares: sobre quem é o senhor e quem é o servo. Far-nos-á ver que, apesar de não sermos obrigados a deixar nossos sonhos de vida abundante (uma promessa Dele), não podemos deixar de semear para o principal, ou seja, a Eternidade, deixando que Cristo nos torne semelhantes a Ele, que sua Vida seja manifesta em nós e que, através desta manifestação, outras pessoas O conheçam e, como nós, tenham esta Bendita Esperança (Tito 2:13 – leia todo o capítulo, abaixo).
O quando (ano, mês, dia; hora, minuto, segundo) é apenas um detalhe que não nos compete conhecer.
Tito 2
1 Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.
2 Quanto aos homens idosos, que sejam temperantes, respeitáveis, sensatos, sadios na fé, no amor e na constância.
3 Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem,
4 a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos,
5 a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada.
6 Quanto aos moços, de igual modo, exorta-os para que, em todas as coisas, sejam criteriosos.
7 Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência,
8 linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito.
9 Quanto aos servos, que sejam, em tudo, obedientes ao seu senhor, dando-lhe motivo de satisfação; não sejam respondões,
10 não furtem; pelo contrário, deem prova de toda a fidelidade, a fim de ornarem, em todas as coisas, a doutrina de Deus, nosso Salvador.
11 Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens,
12 educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente,
13 aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus,
14 o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.
15 Dize estas coisas; exorta e repreende também com toda a autoridade. Ninguém te despreze.
