Texto: Sergio de Souza.
Os mais jovens não se lembrarão disso, mas a maioria recordará o furor que tomou conta do mundo por ocasião da virada do ano 1999 para o ano 2000. O temor de uma catástrofe mundial se baseava no fato de que a imensa maioria dos computadores de então, por uma questão de economia de equipamento, havia previsto apenas duas casas para designar o ano, no campo de data.
Desta maneira, quando 1999 virasse para 2000, o risco era que, naquela meia-noite específica, os computadores de bancos, empresas aéreas, fornecedoras de serviços públicos, etc., entendessem que o mundo havia voltado a 1900 e alastrassem o caos pelo planeta. Associe a esse dado tecnológico ao ditado popular “até 1.000 chegarás, de 2.000 não passarás” (que de bíblico não tem nada), e – pronto! – a confusão está estabelecida.
Apesar de todo o pânico prévio gerado pelo bug do milênio, nenhum incidente cibernético de monta foi registrado nos primeiros dias do ano 2000.
Foi outro grande logro que também vendeu muito e enriqueceu muita gente. Deve-se registrar que boa parte do não cumprimento da previsão de caos precisa ser creditada às empresas que consertaram seus programas, a maioria em Cobol, pagando programadores desta já moribunda linguagem de programação, a peso de ouro.
