Texto de Thomas Ice
Quando se trata do estudo de profecia bíblica, e de quando os eventos serão cumpridos na história, quatro abordagens distintas têm dominado o cenário. As quatro visões são simples no sentido de refletirem as únicas quatro formas em que se pode relacionar com o tempo: passado, presente, futuro e atemporal. Quando falamos do cumprimento de profecia bíblica, identificamos estas quatro abordagens temporais como Preterismo, Historicismo, Futurismo e Idealismo.
O Preterista (termo derivado da palavra latina para “passado”) crê que a maioria , se não todas, das profecias já foi cumprida, geralmente em relação à destruição de Jerusalém em 70 d.D. O historicista (presente) vê muito da atual Era da Igreja como sendo igual ao período da Tribulação e declara que as profecias têm sido e continuarão sendo cumpridas ao logo da Era da Igreja, com poucos eventos deixados para o futuro. O idealista (atemporal) não crê nem que a Bíblia indica o tempo dos eventos, nem que podemos determinar seu tempo de antemão. Futuristas (futuro) geralmente creem que quase nenhum evento profético está ocorrendo na Era da Igreja, mas que eles ocorrerão nos seguintes episódios futuros: A Tribulação, a Segunda Vinda, o Milênio e o estado Eterno.
O Preterismo é dividido em pelo menos dois tipos: Preteristas Moderados veem a Tribulação e a grande maioria das ocorrências proféticas como cumpridas nos eventos que cercaram a destruição de Jerusalém e do Templo em 70 d.C.. Eles ainda se apegam a uma futura Segunda Vinda de Cristo, uma ressurreição física dos mortos, um fim da história temporal e o estabelecimento de novos céus e nova terra consumados. Preteristas extremos mantêm que toda profecia bíblica já foi cumprida e que estamos atualmente nos novos céus e nova terra. Visto que os Preteristas Extremos negam uma Segunda Vinda futura e a ressurreição dos crentes em conexão com um futuro retorno, seus pontos de vista os colocam foram do mundo do cristianismo ortodoxo.
O Historicismo, outrora a visão predominante dos protestantes da Reforma até o século XIX, parece, hoje, exercer pouca atração senão no circuito dos Adventistas do Sétimo Dia. É um sistema de interpretação profética conhecido por marcar datas, igualando o Papa ao Anticristo e identificando os Juízos dos Selos, das Trombetas e das Taças do Apocalipse com os últimos dois mil anos da história europeia.
O Idealismo é a crença de que certas passagens proféticas servem apenas como ensinamentos de grandes ideias ou verdades sobre Deus a serem aplicados em nossa vida atual. Essa opinião é raramente seguida fora dos círculos eruditos e liberais.
O Futurismo é a única abordagem que pode consistentemente aplicar a interpretação literal. As outras três abordagens precisam alegorizar espiritualmente o texto em pontos-chave. As profecias da Primeira Vinda de Cristo foram cumpridas literalmente; portanto, profecias relacionadas com Seu retorno serão cumpridas da mesma maneira. Visto que profecias relacionadas a Tribulação, Segunda Vinda, Milênio e estado Eterno ainda não foram cumpridas historicamente, então ainda são futuras em relação ao nosso tempo. Tal abordagem literal à profecia mantém uma disfunção entre o plano profético de Deus para Israel e para a Igreja. O Futurismo harmoniza um cumprimento literal das promessas de Deus para Israel e uma glória milenar futura, em que o povo escolhido reinará com Jesus, o Messias, sobre todas as nações. Mas Futuristas também interpretam literalmente as promessas bíblicas para a Igreja. O entendimento futurista de diferentes eras históricas mantém uma interpretação literal consistente.