Devastação gigantesca que vitimou dezenas de milhares de pessoas. Ocorreu em 01 de novembro, Dia de Todos os Santos, e todos os católicos estavam nas igrejas. Criou-se um clima de anti-idolatria.
Transcrito do livro 1808, de Laurentino Gomes, que, por sua vez, transcreveu de “A Longa Viagem da Biblioteca dos Reis”, de Lilia Schwarcz:
Em 1755, uma catástrofe natural agravou a decadência econômica e ajudou a reduzir ainda mais a autoestima portuguesa. Na manhã de 01 de novembro, dia de Todos-os-Santos, um terremoto devastador atingiu Lisboa, matando entre 10 mil e 30 mil pessoas. O abalo foi seguido de maremoto e um incêndio que ardeu durante seis dias. Igrejas, casas, palácios reais, mercados, edifícios públicos e teatros tudo foi reduzido a pó e cinzas. Dois terços das ruas ficaram bloqueados pelo entulho. Só 3 mil das 20 mil casas continuaram habitáveis. Das quarenta igrejas da cidade, 35 desmoronaram. Apenas onze dos 65 conventos existentes antes do terremoto continuaram de pé. A famosa Biblioteca Real, com 70 mil volumes, construída com carinho e orgulho desde o século XIV, virou cinza e teve de ser inteiramente refeita.
